sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Pequeno manual sobre como superar relacionamentos

Adoro escrever sobre tudo, mas especialmente sobre sentimentos. Depois de ter vivenciado experiências mais e menos traumáticas, me sinto capaz de escrever um pouco sobre isso. Não por ter encontrado uma fórmula infalível, mas porque acho que sei algumas pequenas coisas que tornam mais fácil percorrer o caminho. Talvez seja um texto para mim mesma no futuro...
Não há uma receita mágica para superar alguém que, mesmo vivo, simplesmente se foi e de um dia para outro não faz mais parte da nossa vida. Vai doer, vai te deixar triste, vai ser sofrido, vai ter saudade, choro, raiva, arrependimentos, busca por uma explicação... Sim, o sofrimento é inevitável e a melhor forma de passar por ele e superá-lo é aceitar que ele estará presente por algum tempo. Mas vai ter alegrias também! Vai sim! A tristeza sem fim vai sendo, de pouquinho em pouquinho, permeada por alguns momentinhos de alegria redescoberta.
Bem, vamos ao que acho que precisa ser feito:
Chorar, quando a tristeza e a saudade baterem e o coração estiver apertado, chorar é libertador.
Ocupar a cabeça. Parece óbvio (e é!). Minha maneira é ocupando o tempo com livros e séries. Assistir How I Met Your Mother depois de um término doloroso foi a melhor coisa que eu poderia ter feito! Não apenas pelas horas de diversão, mas porque ela trouxe lições especiais sobre relacionamentos, mostrou uma longa busca pela pessoa certa. Faz a gente ter fé novamente de que existe uma pessoa que pode nos fazer feliz quando tudo que conseguimos pensar é que nós somos exceção e nunca encontraremos ninguém. Mostrou também que existem muitas pessoas que passam por nossas vidas, preenchendo ela em algum momento e depois partindo. A vida é um eterno recomeço!
Vale tentar outras séries também. O importante é ter uma série companheira na fase difícil.
Olhar todas as fotos dos dias felizes do relacionamento. Não apague, não queime, não jogue fora, não rasgue. Aqueles momentos fizeram parte da nossa vida e destruir essas memórias materiais não apagará esses momentos. Olhar todas, lembrar dos momentos em que foram tiradas, da alegria sentida, sentir-se vivo e grato por aqueles momentos e guardar. Guardar em um canto que não seja visto com freqüência, uma pasta esquecida em um HD ou uma caixa escondida no fundo do armário. Em um momento de saudosismo depois que a dor tiver passado ou em um futuro muito distante, talvez se queira ter essa lembrança. O calor da raiva, das lágrimas e da melancolia não é um bom conselheiro sobre o que fazer com essas recordações.
Fazer exercício físico. Principalmente quando não se está acostumado. Acredite, dor física ameniza a dor mental e espiritual. Ou ao menos deixa a pessoa suficientemente exausta para não pensar muito em outros problemas.
Ouvir música. Outra dica óbvia. Vai fazer pensar mais e mais na história toda, mas isso é inevitável. Música faz bem para a alma e ela é extremamente necessária, principalmente em momentos de tristeza. Vale repetir um milhão de vezes a mesma música. Eu acho que “Last Kiss” do Pearl Jam precisa ser ouvida e sentida, é a música mais triste que já ouvi e tem tudo a ver com esse momento, mas é uma música lindíssima!
Aceitar que nunca será a mesma coisa e que aquele tempo não volta. Fazer isso é o ápice do sofrimento, causa mesmo uma dor física, pensar que nunca mais se terá aqueles momentos de novo. Não há como evitar. Pode demorar mais ou menos. A dor vai vir e a tarefa é expulsar o pensamento duro, ter esperança de que aos pouquinhos, bem aos pouquinhos, será menos e menos recorrente e menos e menos sofrido.
Não esperar que finalmente chegue o dia em que será possível lembrar-se de tudo sem sentir nada, sem bater nenhuma pontinha de tristeza ou pelo menos sem bater nenhuma pontinha de algum sentimento. Não seríamos humanos se isso fosse possível. O lado bom é que sim, chegará o dia em que será apenas uma lembrança (boa ou ruim) de um tempo distante.
Seguir em frente. Fazer “das tripas coração” e seguir em frente com toda a dor e toda a vontade de ficar na cama com um travesseiro fofo. Dureza eu sei. Mas a vida segue e não espera por ninguém. Especialmente, não evitar situações de alegria. Será ótimo perceber que existem momentos bons, mesmo sem aquela pessoa.
Entender que aquela pessoa tinha que fazer parte do nosso caminho, por algum motivo. Não amaldiçoar o momento que ela cruzou nosso caminho, mas ser grato por ele, talvez tenha propiciado um resgate necessário, talvez tenha nos ensinado uma lição ou talvez nós é que tenhamos ajudado aquela pessoa.
Não sair por aí desesperado “catando” outra pessoa. Não se substitui alguém que foi especial dessa maneira. Aliás, não haverá substituição. Nunca. Haverá apenas um recomeço em algum momento, mesmo que seja um recomeço solitário. No momento certo, quando menos se esperar. A reconquista da paz interior após a perda de uma pessoa amada é um caminho solitário, precisa ser trilhado apenas consigo mesmo.
Por último, se sentir novamente bem consigo mesmo, deixar a paz e a felicidade ir surgindo aos pouquinhos e saber que toda aquela dor e sofrimento será, em algum momento, substituída por uma imensa felicidade e que tudo foi como tinha que ser. Acredite.

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