quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Um meme, uma inspiração




Momento zoeira. Porque nem só de seriedade vive esse blog.
O meme acima ao mesmo tempo que me fez rir por ser uma grande verdade, também me fez refletir sobre viajar sozinha e estar distante de tudo e todos que conhecemos e que fazem parte do nosso dia-a-dia. É uma delícia se desconectar da vida cotidiana e passar um tempo apenas consigo mesmo.
É louco pensar que ao viajar sozinha eu passo alguns dias, semanas às vezes, fisicamente muito distante de qualquer ser humano que eu de fato conheça. É como viver em um novo mundo, apenas meu. Como diz o meme, todas as bobagens da vida dos outros que no fundo, no fundo, não tem nenhuma importância ficam distantes e isso é mentalmente muito bom. Especialmente o tempo passado no voo, sem internet, totalmente alheia ao que quer que esteja acontecendo em qualquer parte do mundo, embora desgastante do ponto de vista físico, é maravilhoso se pensarmos que estamos distantes das pequenas bobagens que nada nos acrescentam e das notícias que não mudam em nada a nossa vida. É como viver uma vida a parte em um microcosmo. E percebi com esse meme que eu adoro essa sensação. 


Reflexões da semana




Alguns pensamentos aleatórios dessa semana...

Na vida, não se demore onde sua companhia não for desejada. Por mais que doa partir.



Aquele momento de felicidade genuína ao ver a plantinha que você plantou brotando e crescendo a cada dia. Hoje vi um minúsculo pontinho verde novo saindo da terra e foi o modo perfeito de iniciar o dia. :)



Lembrando de uma história que um amigo me contou há alguns anos sobre seu relacionamento com a então ex namorada. Dizia ele que era muito apaixonado por ela no início, que era louco por ela. Ao longo do namoro, no entanto, as atitudes dela foram fazendo ele gostar cada vez menos e menos, até o sentimento acabar. Quando ele me contou a história, compreendi suas palavras, mas era um sentimento que eu nunca havia sentido por ninguém até então. Hoje percebo que é possível gostarmos menos de uma pessoa pela forma como ela age conosco. Adoro ver significado nas histórias que as pessoas me contam, mesmo que seja muito tempo depois, e adoro aprender com as pessoas que cruzam o meu caminho. 



A frase: “3 things that can’t be rushed: creativity, healing, love” de Yung Pueblo.
Tanta sabedoria em tão poucas palavras. O maravilhoso tempo que de tudo se encarrega. 



A frase: “Growth isn’t unlike a horizon: you can travel toward it, but you’ll never “get there”; there will always be a new horizon to venture toward” de “The Minimalists”.
É bom perceber o quanto crescemos a cada dia. Melhor ainda é prestar atenção nesse crescimento paulatino. 


domingo, 20 de outubro de 2019

Sobre paixões, foras e liberdade





Eu acho que sou uma solteira nata. Explico.
Eu gosto de conhecer pessoas incríveis, viver amores, ser arrebatada. Gosto daquela fase de estar conhecendo alguém novo, fazendo descobertas. Ah, adoro o flerte, adoro conquistar e me deixar conquistar. Viver uma história. Os prazeres de se apaixonar.
Então a história termina. Chega o momento da pessoa não fazer mais parte da nossa vida. Às vezes é um simples partir como outro qualquer, às vezes é um adeus doloroso. Às vezes a pessoa nem nos dá a chance de dizer adeus. E às vezes vem aquela dor que parece infindável. Ah, a fossa. Tem gente que odeia viver a fossa, tenta evitá-la com festas e encontros efêmeros. Eu penso diferente. Eu gosto de viver a fossa com toda sua intensidade. Sentir a dor e derramar as lágrimas que parecem infindáveis. Não, não julgo que seja um pouco de masoquismo. Eu apenas acho que esse processo faz parte da vida. Chorar em posição fetal, beber para esquecer, dormir sentindo toda a dor de não ser correspondido ou de sentir saudade de alguém que não se faz mais presente na vida (ou nunca se fez), chorar andando na rua, sentir o coração apertado, implorar a Deus ou ao universo que apenas pare de doer tanto - mas com a certeza de que somente irá parar de doer quando tiver que parar de doer, no momento certo. Então aos pouquinhos ir me recuperando, os primeiros sorrisos depois das lágrimas, sair para ver o mundo novamente e estar feliz sozinha de novo. Já escrevi sobre levar um fora aqui. Está tudo bem, basta aceitar que nada é definitivo e que novos recomeços virão. As dores de se apaixonar.
Enfim, eu gosto de viver histórias com as pessoas que me encantam, mas também amo ser livre. Livre para viver de forma independente, para viajar sozinha, para crescer sozinha, para conhecer outras pessoas, para fazer coisas sozinha, para ter o meu tempo e espaço. Eu gosto de dormir sozinha, gosto de morar sozinha, de sair sozinha. Por isso me sinto bem solteira, me sinto muito mais eu, mais completa e até mesmo mais aberta para a vida. 
Não me imagino casando. Não me imagino vivendo um “felizes para sempre” com alguém, encontrando a “pessoa certa” (também já escrevi sobre isso aqui). Admiro muitíssimo casais de longa data, acho bonito, me emociono pacas em casamentos, são lindos e me fazem chorar de emoção. Apenas acho que não é para mim. Não digo isso como lamento, como quem diz “ah, pobre de mim, nunca terei alguém para estar junto até a velhice”. Não, pelo contrário, não é um pesar, não é algo triste. É apenas aceitar a vida como, principalmente, um caminho de evolução individual.
Não estou dizendo também que sou rasa, que sou daquelas pessoas que passa o rodo como se diz, que não me importo, que não tenho sentimentos, sei lá. Apenas penso as histórias como vivências que não são eternas. Talvez isso me faça dar mais valor. Com certeza me instiga a aprender com a pessoa e a respeitá-la mais. Provavelmente me faz também mais intensa. Ah, tem uma frase que li no livro espírita “Encontrando a paz” que diz mais ou menos o seguinte: “Juntos enquanto formos felizes, juntos por opção, livres por natureza”. Preciso dizer mais?

Você já meditou no bar?




Não, não estou louca e nem bêbada. Embora seja um pouco a primeira e esteja a segunda com frequência.
Não falo de meditar no sentido literal da palavra, de sentar na posição correta, fechar os olhos, tentar se livrar de todos os pensamentos e esvaziar a mente. Falo de estar introspectivo, apenas com os próprios pensamentos e em paz consigo mesmo. Não seria essa também uma meditação?
Então. Eu com frequência vou para o bar sozinha. Às vezes não totalmente sozinha, pois sempre encontro amigos com quem gosto de conversar e rir, mas quase sempre eu gosto de passar pelo menos uma pequena parte da noite sozinha, meditando como eu digo. Apenas me concentrar na música, em cada acorde da canção, às vezes no que estou bebendo e principalmente nos meus próprios pensamentos.
Esses dias fiz exatamente isso. E fiquei observando as pessoas também, a maioria delas concentrada muito mais na tela do celular do que no ambiente ao redor infelizmente. Agradeci pela minha determinação de não levar o celular para o bar e poder viver a vida real. Havia alguns casais, grupos de amigos, mas ninguém sozinho. Por que será que as pessoas não vão à bares sozinhas? Seria o medo da própria companhia?
Enfim, digressões à parte, vamos voltar a meditação.
Esses dias, como quase sempre, estava no bar concentrada na música, em um canto sozinha. Então começou a tocar uma música que eu não ouvia há muito, muito tempo. Lembrei da primeira vez que a escutei, alguns anos atrás. Lembrei de onde eu estava, era noite, era outra cidade, era provavelmente outro eu. Lembrei do que eu pensava e em quem eu pensava quando escutei aquela música pela primeira vez. Foi algo bom. Percebi o quanto a vida mudou, o quanto eu mudei. O que ocupava a minha mente naquela época é muito diferente do que ocupa a minha mente agora e acho que naquela época eu não imaginaria isso. Quando escutei essa música pela primeira vez eu estava feliz, por alguns motivos que não são os mesmos que me deixam feliz atualmente. A vida seguiu em frente, mudou, e ali estava eu, em outra situação, ouvindo a mesma música, pensando na vida e me sentindo grata por todas as vivências que me conduziram até ali, até aquele instante. Talvez por isso músicas sejam eternas.
Foi um daqueles momentos de paz. Parece simplório e talvez seja mesmo. No entanto, é de uma simplicidade encantadora esse nível de consciência, de entender alguns caminhos da vida e principalmente de viver o momento com o coração.
Será que um dia ouvirei essa música em um lugar e contexto completamente diferente e lembrarei daquela noite no meu bar preferido em que eu estava feliz com a vida? Será que outras tantas músicas que eu gosto servirão de trilha sonora perfeita para momentos perfeitos da vida? Ah, a graça de viver…


Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/photos/bebidas-alco%C3%B3licas-bar-cerveja-1845295/

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Um obrigada para você que...








Esse texto eu escrevi há muito tempo atrás e não publiquei, pois era pessoal, mas acho que é muito fofo para ficar guardado então aqui está.

Faz muito, muito tempo, mas um muito obrigada para você que entrou na minha vida quando eu menos esperava, quando eu não tinha muitas esperanças de que alguém fosse me surpreender e fez dela um lugar bem mais divertido e alegre por algum tempo.
Nada na vida é definitivo e nossa história não poderia ser mesmo. Foi o que eu sempre soube que seria: uma boa história. Quanto mais eu percebia que queríamos da vida e para a vida coisas muito diferentes e que tínhamos fiilosofias de vida que não se encaixavam, mais eu percebia que era algo passageiro. Como uma chuva de verão em um dia abafado.
Isso não me impede de te achar uma pessoa incrível! E não digo isso como consolo. Digo porque foi exatamente o que tu me mostrou ser com inteligência, bom humor e teu jeito despreocupado e otimista de ver a vida. 
Nossas conversas animaram os meus dias, tornaram eles mais leves. Falamos tanto e sobre tantas coisas e tu permitiu que eu fosse eu mesma. Acho que no fim das contas tu te surpreendia por eu conseguir ser engraçada e pelas nossas conversas irem tão longe.
As vezes eu sinto falta das nossas conversas loucas. Não acho que tínhamos futuro romanticamente falando e acho que no fundo tu sabe isso tanto quanto eu. Mas teu bom humor era contagiante e poder te falar qualquer loucura que viesse na minha cabeça com a certeza de que seria compreendida e que ainda por cima a minha teoria maluca seria aprimorada após a nossa conversa era ótimo. Não somos um casal que combina, mas somos uma dupla inteligente demais.
Afinal de contas, quem melhor que tu poderia me escrever aquele depoimento que combinamos?!
Enfim, eu torço para que tu encontre exatamente o que tu procura e que receba muito da vida.

domingo, 13 de outubro de 2019

Sobre se libertar das frustrações




Eu sou apaixonada por São Paulo. Grandes cidades de um modo geral me fascinam: é um mundo de possibilidades ao alcance das mãos, gosto do anonimato das multidões, das luzes e do estilo de vida corrido. No fundo, no fundo, me frustrava um pouco a ideia de nunca ter morado em São Paulo ou outra grande cidade do Brasil ou do mundo. Não que fosse uma mágoa profunda, mas me chateava que a vida não houvesse me levado aonde eu queria nesse sentido. Volta e meia, vida vai, vida vem, me pegava pensando se conseguiria realizar essa espécie de sonho de me perder no anonimato da cidade grande todos os dias da vida ao invés de apenas em raras ocasiões de viagens. Me frustrava isso não ter acontecido ainda. Não que houvesse qualquer coisa de errado com a vida por isso, ela simplesmente foi acontecendo e me levou por caminhos diferentes, caminhos que não levavam às metrópoles dos meus sonhos. Pé no chão, pensava nas dificuldades de realizar essa minha vontade e no quanto queria ter a experiência das grandes cidades ao menos por algum tempo na vida.
Até que hoje me peguei pensando e falando sobre isso novamente. Só que dessa vez, não foi pensando em como é frustrante não estar vendo a vida acontecer nas ruas da grande cidade, em todas as possibilidades que eu teria, em como seria divertido e excitante. Foi pensando apenas que isso não importa mais, que tudo bem eu não ter essa experiência, pois eu estou feliz onde estou, que não é isso que faz a diferença. 
De certo modo, já escrevi sobre isso mais de uma vez. Aqui eu escrevi sobre a sensação de deixar ir coisas do passado e se libertar delas, mas acho que também vale deixar ir coisas que queríamos muito e passamos a não mais querer, está tudo bem. Aqui, no meu balanço de dez dias morando sozinha, eu escrevi sobre o sentimento novo de pensar que pela primeira vez na vida estou exatamente onde deveria estar e que não queria estar em nenhum outro lugar. É uma sensação maravilhosa de paz consigo mesmo, que eu estou amando experimentar. 
É como se libertar de um peso e aceitar a vida como ela é, da maneira que acontece. Que nossos caminhos de evolução podem ser diferentes do que esperávamos ou gostaríamos a princípio, mas que também podem ser maravilhosos, se soubermos enxergar o lado bom, se aceitarmos de coração aberto.
Do ponto de vista prático estar morando em uma cidade pequena me trás muita qualidade de vida: tudo parece estar à poucas quadras de casa, não enfrento trânsito nem transporte público precário diariamente, posso pedalar em lugares bonitos, não há poluição excessiva, me sinto segura, o custo de vida é baixo. Só vantagens. A cidade grande? Ainda me fascina claro, mas aceito que ela me ofereça seu mundo de possibilidades quando a visito e posso admirar sua loucura de fora, como apreciadora, não como alguém que está no meio de seu redemoinho.
Esse exemplo do meu sonho da cidade grande cai como uma luva para o sentimento de se libertar de frustrações e pensar a vida de um modo mais leve e simples e até mesmo mais lento e a aceitá-la melhor. Eu não sei como cheguei a ele, acho que isso se chama amadurecimento ou lucidez talvez. 
A vida tem suas surpresas, talvez um dia eu até esteja morando em São Paulo ou outra grande cidade do mundo e experimentando as vivências que um dia imaginei. Talvez. Tanto faz, por enquanto, a vida dos sonhos é agora.