terça-feira, 25 de junho de 2019

Livros, filmes e séries dos últimos tempos




Bora lá fazer uma espécie de diário de algumas coisinhas que tenho lido e assistido e que valeu a pena ultimamente.

Livros

Não conta lá em casa: Uma viagem pelos destinos mais polêmicos do mundo - André Fan
Eu nunca assisti o tal programa “Não conta lá em casa” sobre o qual o livro trata, mas curti muito o livro. Bem legal ler sobre uns países muito diferentes que provavelmente por questões de segurança eu não vou visitar, não tão cedo pelo menos. Algumas passagens são meio desnecessárias, o autor perde algum tempo com umas bobagens, e o estilo de escrita não é tão refinado a ponto de dar aquela emoção ao ler,  assim como não se aprofunda demais nos problemas dos países (acho que nem era esse o objetivo), mas ainda assim é um bom relato de viagens, bem leve, para ler sem muita pretensão. 



Morte Súbita - J. K. Rowling
Sabe aquele livro que te faz chorar? Pois é, fazia tempo que eu não encontrava um desses, mas Morte Súbita conseguiu. Ele passou anos parado no meu Kindle esperando para ser lido e eu acabava não iniciando nunca porque havia visto alguns comentários negativos sobre o livro, que era meio chato. Até que criei coragem porque estava querendo uma história diferente e de ficção. No início aparecem uma profusão de personagens e seus pensamentos e formas de lidar em relação a morte súbita de um personagem bastante envolvido na comunidade de Pagford onde a história se desenrola. Aos poucos vamos entendendo as relações entre todos esses personagens e no meio das picuinhas entre vizinhos, das brigas de casais e dos desentendimentos entre pais e filhos adolescentes, conseguimos refletir sobre o ser humano e as mutações que as relações humanas sofrem ao longo do tempo. O final é bem cruel na minha opinião, eu particularmente preferiria que ele tivesse sido diferente, mais otimista, mas entendi a crueldade e a tristeza dos acontecimentos finais do livro, afinal, como na vida, nem todas as histórias têm finais felizes e precisamos aprender a lidar com isso.



Robinson Crusoé - Daniel Defoe
Esse na verdade li mais para o início do ano, depois de ter deixado ele por anos na fila de leitura no kindle. Baita livro. Ele foi publicado originalmente em 1719! Nada menos do que 300 anos! E ainda não caiu no esquecimento. Óbvio que teria algum motivo para isso. Gosto de ler livros antigos, digo que sou muito antiga e tradicional no que se refere a livros. A história é ótima e não é nem um pouco enfadonho ler páginas e páginas sobre “um cara sozinho em uma ilha”, o ritmo da história é muito bom. Confesso que fiquei com um pouquinho de medo até em algumas passagens. 



Filmes

Mary Poppins
Adoro musicais! Mary Poppins é um daqueles musicais fofos, antigões (o filme é de 1964), que mesmo não sendo criança vale a pena assistir. Apesar de ser longo (mais de duas horas de duração), o filme passa bem rápido. Adorei os cenários antigos e bonitos e mesmo não entendendo quase nada de cinema, achei muito legal ver os efeitos que eles conseguiam fazer naquela época. Mesmo sendo velho, não é um daqueles filmes que a gente considera tosco hoje em dia, parece que é um filme atemporal. 



Séries

Big Little Lies - 2ª Temporada
Adorei a primeira temporada dessa série (escrevi sobre ela aqui) e fiquei contente que a segunda temporada finalmente tenha chegado. As atuações são impecáveis e é uma série que te faz pensar bastante. Ainda imprevisível sobre para onde a série vai caminhar.



Lúcifer - 4ª Temporada
Em geral não curto muito as produções da Netflix e achei que ela “estragaria” Lúcifer que é uma série que eu adoro. Para minha boa surpresa ela até que não estragou e a quarta temporada caminhou relativamente bem, embora eu ache que tenha se concentrado demais em alguns personagens secundários, mais do que no núcleo Lúcifer/Chloe. A temporada terminou dignamente e li que vai ter sim uma quinta e última temporada. Torcendo para que seja uma boa temporada com um final bacana. Sei lá, parece que tenho o hábito de não curtir os finais das séries. Acho que também arrastar séries interminavelmente não adianta nada (hello Grey’s Anatomy, que eu parei de acompanhar faz anos porque não aguentava mais os rumos que a série tomava e ela ainda continua existindo)  e se terminar bem na quinta temporada, já fico contente. 



Somebody feed Phill - 1ª e 2ª Temporadas
Comida e viagens em forma de série. Basicamente o tal Phill, que é um cara até bem engraçado e carismático, sai pelo mundo mostrando os locais e as comidas. Não tinha como não me interessar. O legal é que é um programa de comida que não mostra apenas comida, mostra bastante dos lugares e da cultura por onde o Phill passa. Também não é somente aquela comida fresca de restaurante de alta gastronomia que eu nunca vou ter acesso e que usa ingredientes inimagináveis. Ele mostra também comida simples, de “gente normal” e mercados dos lugares, assim como alguma comida de rua.



The Good Doctor - 1ª e 2ª Temporadas
Que grata descoberta! Eu estava há muito tempo (anos) sem assistir séries médicas procurando uma que fosse a minha cara depois de ter largado Grey’s Anatomy quando eu achei que a essência da série tinha se perdido e finalmente encontrei The Good Doctor para preencher esse vazio. Achei o personagem autista interpretado por Freddie Highmore muito fofo. Não sei quase nada a respeito do autismo então não sei o quão factível a série é, mas isso não importa, o que importa é que ela é tocante e ao mesmo tempo divertida e realmente torcemos pelo personagem. Só achei que a série tem um grupo muito limitado de personagens. Talvez por estar acostumada com Grey’s Anatomy e todos os núcleos de cirurgiões de diferentes áreas, achei que The Good Doctor é mais limitada nesse sentido, além de mostrar apenas um ou dois casos médicos por episódio. Mesmo assim, vale a pena.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Aprendizados de uma viajante




Viagens. Desde criança sabia que queria viajar. Agora, olhando em retrospecto, percebo que já visitei alguns lugares com que sempre sonhei e alguns outros que eu nem imaginava que colocaria meus pés. E sonho com tantos outros, especialmente com aqueles que têm maior potencial de me ensinar algo. Porque para mim, viajar é isso, é aprender. Aprender com um mundo novo, diferente, com outra forma de viver, com o passado e com a observação. E se sentir grato. Grato pelos lugares que se está tendo a oportunidade de ver com os próprios olhos e por ter consciência suficiente para compreender o quão maravilhosa e especial é essa oportunidade.
Nas minhas andanças pelo mundo, aprendi e observei algumas coisas que me fizeram mudar alguns conceitos. Sobre isso que quero escrever hoje.

Hostel como estilo de vida. Sem dúvida um ponto polêmico. Acho tão engraçado o estranhamento em muitas pessoas quando digo que sempre me hospedo em hostel! As pessoas, especialmente brasileiros, acham muito estranho ter que dividir quarto e banheiro com estranhos. Eu não vejo problema, até me divirto dizendo que já fiquei em quarto com quatorze camas! É uma maneira barata para se hospedar, especialmente viajando sozinho (e não, Airbnb não é mais barato para um viajante sozinho e algumas vezes nem mesmo para duplas). Eu já fiquei em muitos hostels, alguns melhores e mais limpos, alguns um pouco piores, a grande maioria com excelente localização, nunca fui roubada, nunca passei por nenhum problema grave. Muitos hostels são tão divertidos, tem bares dentro do próprio hostel, o que é muito conveniente quando se está só, e excelentes áreas comuns com bons sofás e decorações bonitas. O principal objetivo de optar por um hostel é sim economizar claro, mas não me imagino mais em outra forma de hospedagem, pois eu realmente gosto do estilo. E acho minimalista de certo modo. Tudo o que precisamos depois de um longo dia é uma cama, não de um quarto inteiro só para si. Tem que se adaptar, esquecer o nojinho de utilizar um banheiro comum (na Europa, muitos hostels tem banheiros dentro do próprio quarto, em outros lugares pelo que observo, o mais comum são banheiros no corredor), mas é tão divertido essas desconstruções, abrir mão do que não é essencial quando se está viajando. E sim, geram histórias. Tenho algumas histórias dos hostels por onde passei.

Apreciar museus. Uma das minhas primeiras experiências realmente marcantes em museus foi no MASP, o museu de arte de São Paulo. Lá está o meu quadro favorito na vida: Criança Morte do Portinari. Passei muito tempo admirando esse quadro que para mim é absolutamente perfeito. Nunca esqueci dessa sensação e passei a valorizar bastante a possibilidade de visitar museus. É uma das primeiras coisas que vejo quando estou planejando uma viagem: quais museus eu quero visitar. Muito grata por ter visitado alguns.

Compreender a solidão. Ela não é necessariamente ruim ou triste. É apenas parte da vida. Passei a entender melhor a necessidade de conviver comigo mesma, aceitar minha própria companhia como a única que de fato estará sempre presente. Tenho certeza de que muitas aventuras, muitas histórias e muitos aprendizados virão. E eu vou respeitar muito mais e aproveitar muito mais se estiver sozinha para vivenciá-los. Lembro de caminhar pelas ruas explorando uma cidade nova e observando o lugar e os ruídos especialmente feliz por estar sozinha, com meus sentidos atentos à experiência única e me sentindo leve por estar só, apenas comigo mesma. É uma sensação difícil de descrever - gostaria que tivesse um nome - mas dá uma consciência incrível sobre o próprio ser, seu espaço no mundo e o lugar em que se está.
Ainda, uma das melhores experiências da minha vida foi visitar Pompéia, a cidade devastada pela erupção do Vesúvio em 79 d.C na Itália. Era um dia lindo de inverno com sol e um céu azul maravilhoso. Percorri por horas as ruínas, aproveitando as explicações do valioso áudio guia, no meu ritmo, tirando fotos, apreciando cada passo, maravilhada e feliz. Havia muitos outros turistas no local, mas eu estava sozinha e foi maravilhoso me concentrar inteiramente naquele momento impar da vida. Me senti muito grata esse dia, pois lembrava perfeitamente da primeira vez que li, em um livro de ciências da escola, sobre Pompéia e o Vesúvio e ali estava eu, percorrendo o lugar com meus próprios pés. Até hoje quando me lembro dos meus passos, das ruas que percorri, do céu nesse dia, do silêncio, meu coração vibra.

Se apaixonar por desertos. Sou fascinada por desertos. O pequeno príncipe estava absolutamente certo quando disse: “Eu sempre amei o deserto. A gente senta numa duna de areia. Não se vê nada. Não se ouve nada. E no silêncio alguma coisa irradia.” É a definição perfeita. Meu lugar favorito no mundo, seja que deserto for. É o céu mais maravilhoso que se pode ver, seja de dia ou a noite e o silêncio, a quietude, a sensação de infinito, é incrível. Acho que viajando descobrimos estas paixões desconhecidas.

Se aventurar sem medo. Exceto por países em guerra, conflitos ou situações realmente críticas, agora creio que é possível ir para qualquer lugar sozinho com algum planejamento. Nada é impossível, tudo dá para aprender. Mesmo aquelas cidades enormes, mesmo países com idiomas muito diferentes, mesmo se o transporte público for muito complexo, mesmo se for um lugar mais isolado, é possível pesquisar o suficiente para se virar. Costumo brincar que onde quer que se pretenda ir, algum brasileiro já foi antes e já escreveu a respeito na internet! Há muita informação disponível, muitas dicas, sobre o melhor período para ir, os melhores lugares para visitar, o que e onde comer, como usar o transporte, como chegar, como sair, onde se hospedar. Basta ter discernimento para escolher o que vale a pena, o que está de acordo com o que se gosta e se quer, enfim, fazer uma leitura crítica da imensa variedade de informação disponível e separar o que é útil. Alguns lugares podem exigir um pouco mais de coragem claro, acho que começar por destinos mais fáceis é sim uma boa estratégia, mas a viagem dos sonhos sempre é possível.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Minhas influências minimalistas





Como eu escrevi aqui, o minimalismo sempre esteve comigo de um modo ou outro porque sempre foi um pouco o meu modo de pensar. No entanto, nos últimos anos, esse modo de pensar se tornou muito mais consciente, muito mais presente nas minhas ações. Várias leituras e vídeos foram me influenciando e é sobre essas influências que eu quero escrever hoje.



Livro Menos é Mais - Francine Jay
Acho que o ponto de virada como eu disse foi o livro Menos é Mais (resenha aqui) porque foi com essa leitura que percebi que meu modo de pensar é compartilhado por outras pessoas, que eu não sou somente uma doida querendo me livrar da tralha inútil e sendo racional com o uso do meu dinheiro.



Marie Kondo
A Marie Kondo, cujos livros - “A mágica da arrumação” e “Isso me trás alegria” - descobri logo depois de ler o Menos é Mais também é uma benéfica influência. Confesso que já dobrava as roupas de um modo muito semelhante ao que ela ensina então nesse ponto a contribuição não foi tanta, mas melhorei sim com algumas dicas. A série dela na Netflix “Tidying up with Marie Kondo” que chegou esse ano foi super divertida e espero que tenha novas temporadas. Me diverti vendo os americanos com aquelas quantidades absurdas de tralha que chegam a me dar um treco e penso que se o programa fosse no Brasil, talvez a realidade não fosse tão diferente infelizmente. Marie Kondo é tipo uma musa para mim, adoro ela (e inclusive adoro o modo minimalista como ela escolhe se vestir, sempre com uma saia de tecido e uma “parte de cima” branca, acho chique).  Minha única crítica é que ela foca bastante no desapego do que não nos traz alegria, mas não trata exatamente dos resíduos que estão sendo gerados e no impacto ambiental das ações das pessoas.



The Minimalists
Outra grande influência, que me faz refletir até hoje porque eu ainda volto para reassistir, e que na minha opinião tem a mensagem mais forte de todas. São dois caras que começaram a repensar seu modo de viver e descobriram que isso poderia ser incrível. O que mais gosto são os Ted talk deles: A rich life with less stuff e The Art of Letting Go. Gostei muito do documentário “Minimalism: a documentary about the important things” disponível na Netflix. O trailer pode ser visto aqui.
O canal no youtube The Minimalists também tem material legal (link aqui) assim como o blog deles (https://www.theminimalists.com/) que eu ainda quero explorar mais.



Blog Valores Reais (http://valoresreais.com/)
Esse eu acompanho há anos. É mais centrado em vida frugal e investimentos com reflexões de excelente qualidade.



Blog Viver sem pressa (https://viversempressa.wordpress.com/)
Uma delícia de leitura sobre vida simples e descomplicada. Também acompanho faz muito tempo.



Blog Viagem Lenta (https://www.viagemlenta.com/)
Nesse blog destaco o texto “Alugar ou comprar um imóvel: minha experiência, opinião e bobagens diversas”, pois é um texto que caiu como uma luva para mim, pois traduz brilhantemente o que eu sempre pensei a respeito da compra de imóveis. A famigerada compra da casa própria, um fetiche do brasileiro, merece uma análise menos apaixonada e mais racional, principalmente sobre aqueles argumentos meramente emocionais tidos como irrefutáveis para a compra de um imóvel e que, na minha opinião, o autor desconstrói com ótimos argumentos. O texto termina com uma defesa da mesma liberdade que eu defendo, principalmente a liberdade de escolha.


Canal Matt D’Avella (https://www.youtube.com/user/blackboxfilmcompany)
Descobri por acaso esse canal super bacana e recentemente descobri que o Matt D’Avella dirigiu o documentário Minimalism citado acima. Esse ano ele está fazendo “experiências” passando um mês fazendo coisas que o tiram da zona de conforto como cortar o açúcar, meditar, tomar banho frio, etc, estou achando demais acompanhar esses vídeos, além de todos os outros, todos muito bem feitos.



Gustavo Cerbasi
Já escrevi aqui sobre a frase dele “Enriquecer é uma questão de escolha” que é uma máxima fundamental na minha vida. Ele escreveu diversos livros e tem um canal no youtube (aqui) que eu adoro, além de dicas sobre educação financeira, ele reflete bastante sobre o que faz sentido e o que queremos para nossas vidas, tudo de forma simples e ponderada.



Documentário The True Cost
Disponível na Netflix, trata da indústria da moda. A indústria de roupas é muito poluente, acho que esse documentário nos faz refletir sobre a quantidade de roupas que precisamos ter. Eu venho reduzindo paulatinamente a quantidade que possuo e acho que tenho até conseguido me vestir melhor e com certeza venho simplificando minhas escolhas. É muito menos tempo parada em frente ao guarda-roupa aberto pensando que não tenho o que vestir, porque cada vez mais, tenho apenas peças das quais realmente gosto.



Ted Talk “How many towels do you need?”
E enquanto eu procurava os links para esse texto, me deparei com esse Ted Talk, também pertinente e resolvi colocá-lo na lista, mais uma inspiração. Link aqui.



Uma reflexão final
Outra coisa que percebi com todas essas minhas reflexões dos últimos tempos, é que com frequência as pessoas compram coisas para “a pessoa que ela gostaria de ser”, não para a pessoa que ela efetivamente é. Explico. Compramos coisas para a versão idealizada de nós mesmos, esperando que, ao possuir determinado objeto, quase por mágica, seremos a pessoa que tem o hábito de utilizá-lo. Exemplos não faltam. Quero começar a fazer academia? Compro roupas de academia, depois acabo não criando o hábito de ir a academia e as roupas ficam encostadas. Quero começar a usar roupas de um determinado estilo porque acho bonito/chique? Compro roupas daquele estilo, depois percebo que ele não tem nada a ver comigo ou com o meu estilo de vida e os lugares que eu frequento e acabo usando sempre as mesmas peças antigas. Creio que todo mundo já fez isso em algum momento da vida. A solução, na minha opinião, é primeiro desenvolver o hábito, primeiro se transformar de fato na pessoa que queremos ser e somente depois, quando houver uma necessidade real, comprar o que for preciso.



Essas são minhas principais influências minimalistas e maravilhosas atualmente. Sempre procurando por novas. ;)