quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Porque eu acredito que não deveríamos ter medo de pagar mico



Eu já ouvi de amigos a declaração: “Adri, tu é muito cara de pau!”. O que tenho a dizer em minha defesa? Nada, só que sou mesmo! Também já ouvi que é muito bacana a forma aberta como falo o que penso sem medo de me expor. Acho que já causei admiração por isso até, de uma forma muito positiva. Porque nem de contar as minhas vergonhas eu tenho vergonha! Não tenho problema em contar os micos da vida se for para divertir as pessoas de quem eu gosto.
Na verdade, tudo isso é apenas uma consequência da forma que escolhi viver a minha vida: nunca deixar de fazer ou dizer o que eu tivesse vontade por medo de passar vergonha ou do que as outras pessoas vão pensar. Acho que isso simplifica bastante as coisas.
A gente faz o que dá vontade, sem se preocupar com a reação das outras pessoas ao que falamos ou fazemos, sem medo de parecer bobo. Afinal, não temos nenhum domínio sobre as ações e reações das outras pessoas, isto é uma escolha delas. Por que haveríamos de nos preocupar com aquilo sobre o qual não temos nenhum poder? Por experiência, deixar as pessoas desconcertadas é divertido! Claro que alguns micos são a consequência natural, mas tanto faz, melhor do que passar vontade.
O melhor que podemos fazer é… bem, é oferecer o nosso melhor e torcer para sermos bem interpretados, torcer para que nosso comportamento inconsequente seja visto com a graça que queremos passar. E nos divertir com isso! Com a certeza de estar sendo sincero consigo mesmo. Acredito que agir dessa maneira dá uma leveza que somente as pessoas realmente autênticas (me achei agora) experimentam. O jeito é aproveitar e rir de si mesmo se for o caso.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Você já escreveu uma carta para o você do futuro?



Esses dias me lembrei que lá por 2013 acho, eu escrevi uma carta para eu ler em 2020 quando fizesse aniversário. Essa carta está guardada, intacta, esperando a data certa. Eu não lembro exatamente o que eu escrevi, lembro que era uma época de bastante incerteza na minha vida e que eu estava um pouco perdida. Acho que me fiz uma porção de perguntas do tipo se em 2020 eu já fiz isso ou aquilo que, em 2013, eu gostaria de fazer no médio prazo. De lá para cá eu sei que já fiz uma porção de coisas que eu sempre disse que queria fazer. Enfim, vou aguardar a data para ler essa carta e tenho certeza que vou rir de algumas coisas que eu queria naquela época. 
Acho que essa coisa de escrever uma carta para o seu eu do futuro é uma boa tradição porque nos permite ver a evolução do nosso pensamento ao longo do tempo. Nos permite ver as coisas que eram importantes e que queríamos ser/fazer/ter em determinada época. Quando a carta for lida talvez essas coisas, algumas delas, não tenham mais o mesmo significado e/ou a mesma dimensão enquanto tantas outras coisas, pessoas, lugares e situações novos façam parte da nossa vida. Além disso, é uma forma de relembrar o “eu” do passado, ver o quanto crescemos e o quanto mudamos. E também ver que algumas coisas nunca mudam. 
Vamos lá?

Uma das melhores frases dos últimos tempos



Uma das melhores frases que eu li nos últimos tempos e que infelizmente não fui eu que escrevi. Foi na introdução do livro “Homem Livre: ao redor do mundo sobre uma bicicleta” que eu comecei a ler semana passada. A frase é: “Já sabia que o medo de estar só, na verdade, era o medo de estarmos com nós mesmos e encarar de frente quem realmente somos”. 
Quanta verdade em uma frase tão simples.

Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/photos/livro-leitura-hist%C3%B3ria-de-amor-419589/

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Balanço 10 dias morando sozinha




Definitivamente eu acho que morar sozinho(a) é algo que todo mundo deveria vivenciar pelo menos por algum tempo em algum momento da vida. É a melhor maneira de se conhecer de verdade, de entender quem de fato a gente é, o que a gente gosta. Ter privacidade, independência, não ter ninguém para implicar se eu não quiser arrumar a cama ou se eu quiser fazer barulho. Eu sinceramente não acho que seja solitário. Eu adoro ir dormir em silêncio, sem o barulho de outras pessoas e acordar da mesma forma.
Passo bastante tempo na cozinha. Gosto de colocar música no Spotify e preparar algo para comer. Não que eu seja chegada em cozinha (para falar a verdade não tenho talento nem paciência para preparar nada), mas mesmo preparar uma salada ou um bolo ou lavar a louça escutando a música, às vezes imaginando diálogos na minha cabeça, tem sido divertido. Eu não tenho mesa na cozinha. E também não tenho mesa na sala ou no quarto.  Então me sento para comer no banco que tenho na cozinha e fico ali, escutando a música e comendo, com calma, sem pressa. 
Eu também não tenho sofá. Não tenho guarda-roupa. Não tenho tapete. Não tenho microondas. Não tenho ferro e mesa de passar roupa. Não porque eu não possa comprar essas coisas, mas porque eu simplesmente decidi que eu não quero essas coisas. Uma das melhores partes é poder trazer para a minha casa apenas exatamente aquilo que faz sentido para mim. Essas decisões são fruto de uma reflexão consciente, são decisões que me poupam o esforço de muitas decisões no dia a dia porque tudo é mais simples e prático.
Adoro  sentar no chão para ler ou para fazer alguma coisa no computador e contemplar o espaço quase vazio a minha volta. Me deixa despreocupada. Além de ser fácil e rápido de limpar. E estou louca para que meus amigos venham se sentar no chão comigo para beber uma cerveja e jogar conversa fora. =)
E quase ia esquecendo de escrever sobre a cidade. Às vezes as pessoas me perguntam se estou gostando e fico meio sem saber o que dizer porque não tenho uma opinião formada. Me sinto um pouco em uma bolha porque não conheço muitas coisas e pessoas. Essa sensação de bolha não é inteiramente nova para mim então talvez não seja causada pelo lugar. O que posso dizer é que adoro não gastar quase nenhum tempo com transporte, essa é outra das melhores partes. Acho também que não é questão de gostar ou não gostar, é muito mais questão de vivenciar cada fase da vida, cada experiência porque cada uma delas é única e não volta nunca. Acho que estou exatamente onde deveria estar e essa é uma sensação um tanto quanto nova porque durante boa parte da vida tive a impressão de estar no lugar errado ou então queria estar em um lugar diferente. Agora, acho que estou no lugar exato em que deveria estar, pois ainda tenho o que aprender por aqui. Por quanto tempo? Não sei. Não importa, a vida tem dessas coisas, nos surpreende com os lugares também.