segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

(500) dias com ela




“(500) dias com ela” ou “(500) days of Summer” no original é um filme de 2009 que classifico como “uma comédia romântica às avessas”. Em vez de acompanharmos um casal fofo que se conhece, enfrenta as dificuldades do relacionamento com risos e diversão e finalmente ficam juntos e felizes para sempre, acompanhamos a saga de Tom, personagem de Joseph Gordon-Levitt, para superar o aparentemente inexplicável fora que levou de sua namorada Summer, personagem de Zooey Deschanel. Acompanhamos Tom relembrando os dias felizes que passou com Summer e tentando entender o que de fato aconteceu. Podemos ver Tom como um cara bacana que foi descartado por alguém sem coração como Summer e/ou ver que Tom era imaturo e idealizou um relacionamento que não era como ele imaginava. No entanto, esse não é meu ponto, acho que não é o caso de alguém estar certo ou errado. Nos assuntos do coração nem sempre há certo ou errado, às vezes a pessoa somente não quer ou não pode corresponder ao nosso afeto e é muito difícil entender ou buscar explicações. O melhor que podemos fazer é aprender e seguir em frente.
Quando assisti o filme, anos atrás, achei Tom um fofo e fiquei feliz de acompanhar ele se reerguendo pouco a pouco após um término tão doloroso. Em alguns momentos da vida também me identifiquei com a Summer que sempre deixou claro que não queria um relacionamento sério, que estava feliz de passar algum tempo com Tom, mas que não queria fazer planos para o futuro ou idealizar um romance, ela nunca enganou ninguém e isso fica claro ao acompanhar as memórias de Tom. Acho a Summer pé no chão e independente, só isso.
Meu ponto é uma das cenas finais, a do link acima, que mostra uma conversa entre Tom e Summer. Essa cena eu levei anos para entender. A declaração da Summer “eu só acordei um dia e soube” e “o que eu nunca tive certeza com você” quando tenta explicar a Tom o motivo de ter se casado com outro homem, somente fizeram total sentido para mim recentemente. E foi como um estalo, o mesmo estalo que a Summer teve provavelmente. Acho que com essa explicação Summer revela uma lucidez extraordinária.
Explico.
Acho que muitas pessoas surgem e fazem parte das nossas vidas. Entretanto nem sempre temos certeza em relação a elas. Já aconteceu comigo. Se analisarmos percebemos que elas não querem o mesmo que nós, não tem aquela “sintonia fina”, por mais adorável que seja estar com elas, não encaixa totalmente, não faz sentido. Nem sempre há razões claras para isso. Mesmo quando analisamos algumas pessoas que cruzaram nosso caminho e pareciam a nossa certeza, se for uma análise madura e desapegada, percebemos que no fundo havia algo que faltava ou algo que precisávamos fazer um esforço para encaixar.
Até que chega alguém e a gente sabe. Não que aquela pessoa seja o “príncipe/princesa encantado” idealizado e sonhado. É apenas mais um humano cruzando nosso caminho. Só que de repente, depois de muito amadurecer, como num estalo, a gente sabe e tem certeza que aquilo faz todo o sentido na nossa vida e é o que queremos, do fundo do coração.

2 comentários:

  1. Acredito que o principal é nos conhecermos. Quando falta esse entendimento sobre nós mesmos, temos a tendência de acha que o problema está fora (no outro). Com o tempo percebemos que o problema na vdd está dentro e isso que precisa ser resolvido. Antes que outras pessoas se magoem.
    É bem dificil aceitar que nós devemos mudar, que nós devemos abrir os olhos, mas quando isso acontece, o Universo começa a conspirar.

    Vou assistir esse filme. Obrigado pela dica

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    1. Sim, é importante entendermos a nós mesmos (uma eterna tentativa de fazer isso) e principalmente saber o que queremos da vida e para a vida.

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