sábado, 3 de novembro de 2018

Sobre o tempo, dores e amores que vêm e que vão


É tão engraçado como as coisas passam na nossa vida. Algumas coisas, pessoas, situações e lugares fazem parte da nossa vida por um instante, às vezes por um tempo longo. Nos importamos, nos preocupamos, ficamos felizes ou tristes, mas alguns poucos anos depois, é apenas uma lembrança doce ou amarga (espero sinceramente que seja sempre uma lembrança doce, por mais amarga que tenha sido a experiência, saber ao menos que ela ficou para trás, já é doce o suficiente). Tudo é finito e mutável. Algum tempo depois, aquilo parece ser um passado muito distante.
Então vem outras coisas, pessoas, situações e lugares e a vida segue em frente, assumindo outra configuração. Novamente nos importamos, ficamos felizes ou tristes, vivemos e convivemos até iniciarmos outro ciclo.
E as coisas, pessoas, situações e lugares vêm e vão. O tempo se encarrega de levar e trazer tudo.
Escrevo isso, ainda sem saber muito bem aonde quero chegar, porque às vezes algo ou alguém que faz parte da nossa vida e que surgiu tão subitamente parece ser tão importante, vêm trazendo uma imensa alegria e quando chega o tempo daquilo não fazer mais parte da nossa vida, ficamos tristes e frustrados, Aquela dor parece que não vai ter fim. Não conseguimos imaginar a vida com outra configuração. Queremos a manutenção do status quo.
E de repente a vida paulatinamente muda e quando percebemos, aquela coisa, pessoa, situação ou lugar está somente lá em um cantinho da memória. Não faz mais parte da vida cotidiana. Se for um amor, aquele amor, realizado ou não, já teve o seu momento e passou, como uma brisa. A dor que eventualmente deixou, também passou e já está quase esquecida.
Acho que o que eu quero dizer é que se tudo é tão efêmero, não deveríamos nos preocupar tanto. Ao mesmo tempo, deveríamos aproveitar melhor cada situação ou pessoa que a vida nos apresenta como uma grande oportunidade de aprendizado que talvez mais para frente não esteja disponível. Então, vamos nos abrir mais para cada uma dessas minúsculas oportunidades. Agora não sabemos, mas talvez no futuro elas ocupem um lugar especial na nossa memória. Ou talvez não ocupem nenhum. Algo bom e que nos fez feliz ocupará com certeza um lugar em nossos corações, mas algo pelo qual sofremos talvez nem sequer vá ser lembrado.
E um dia talvez a gente reencontre, pelas estradas da vida, alguém que fez parte da nossa caminhada em outros tempos. Nesse caso, tomara que apenas as boas lembranças tenham permanecido e que tenhamos um saudável saudosismo pelo passado.

2 comentários:

  1. Gosto de quadros na parede: neles, tudo permanece sempre igual. As cores não irão se mexer, se há alguém pintado na obra este alguém não irá querer abandonar o retrato e suas molduras rs, tudo está ali, bem resolvido e imutável. Pronto para ser eternamente contemplado.

    Irei até um dia ir embora, mas o quadro permanecerá lá: sem mim, mas um outro alguém para apreciá-lo.

    Gosto de pensar na minha vida com decisões de médio e longo prazo, tomo decisões hoje para que a vida entre numa determinada reta e ali assim permaneça. Se haverá mudanças, serão poucas e de preferência as comandadas por mim. Controle. Não gosto de pessoas inquietas, que a cada dia querem algo diferente... estas deveriam ir para o divã! kkkkk

    Nos nossos tempos de modernidade líquida, quem tem identidade e alguma solidez é rei!

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    1. Renato, obrigada pelos seus comentários! :D
      Às vezes não queremos as mudanças e surpresas como você comenta, mas elas fazem parte da vida e estarão sempre presentes, é inevitável. Aliás, gosto bastante do modo como a vida sempre pode nos surpreender. Só precisamos tentar aprender a lição e fazer o melhor possível com o que nos é oferecido.

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