segunda-feira, 3 de junho de 2019

Minhas influências minimalistas





Como eu escrevi aqui, o minimalismo sempre esteve comigo de um modo ou outro porque sempre foi um pouco o meu modo de pensar. No entanto, nos últimos anos, esse modo de pensar se tornou muito mais consciente, muito mais presente nas minhas ações. Várias leituras e vídeos foram me influenciando e é sobre essas influências que eu quero escrever hoje.



Livro Menos é Mais - Francine Jay
Acho que o ponto de virada como eu disse foi o livro Menos é Mais (resenha aqui) porque foi com essa leitura que percebi que meu modo de pensar é compartilhado por outras pessoas, que eu não sou somente uma doida querendo me livrar da tralha inútil e sendo racional com o uso do meu dinheiro.



Marie Kondo
A Marie Kondo, cujos livros - “A mágica da arrumação” e “Isso me trás alegria” - descobri logo depois de ler o Menos é Mais também é uma benéfica influência. Confesso que já dobrava as roupas de um modo muito semelhante ao que ela ensina então nesse ponto a contribuição não foi tanta, mas melhorei sim com algumas dicas. A série dela na Netflix “Tidying up with Marie Kondo” que chegou esse ano foi super divertida e espero que tenha novas temporadas. Me diverti vendo os americanos com aquelas quantidades absurdas de tralha que chegam a me dar um treco e penso que se o programa fosse no Brasil, talvez a realidade não fosse tão diferente infelizmente. Marie Kondo é tipo uma musa para mim, adoro ela (e inclusive adoro o modo minimalista como ela escolhe se vestir, sempre com uma saia de tecido e uma “parte de cima” branca, acho chique).  Minha única crítica é que ela foca bastante no desapego do que não nos traz alegria, mas não trata exatamente dos resíduos que estão sendo gerados e no impacto ambiental das ações das pessoas.



The Minimalists
Outra grande influência, que me faz refletir até hoje porque eu ainda volto para reassistir, e que na minha opinião tem a mensagem mais forte de todas. São dois caras que começaram a repensar seu modo de viver e descobriram que isso poderia ser incrível. O que mais gosto são os Ted talk deles: A rich life with less stuff e The Art of Letting Go. Gostei muito do documentário “Minimalism: a documentary about the important things” disponível na Netflix. O trailer pode ser visto aqui.
O canal no youtube The Minimalists também tem material legal (link aqui) assim como o blog deles (https://www.theminimalists.com/) que eu ainda quero explorar mais.



Blog Valores Reais (http://valoresreais.com/)
Esse eu acompanho há anos. É mais centrado em vida frugal e investimentos com reflexões de excelente qualidade.



Blog Viver sem pressa (https://viversempressa.wordpress.com/)
Uma delícia de leitura sobre vida simples e descomplicada. Também acompanho faz muito tempo.



Blog Viagem Lenta (https://www.viagemlenta.com/)
Nesse blog destaco o texto “Alugar ou comprar um imóvel: minha experiência, opinião e bobagens diversas”, pois é um texto que caiu como uma luva para mim, pois traduz brilhantemente o que eu sempre pensei a respeito da compra de imóveis. A famigerada compra da casa própria, um fetiche do brasileiro, merece uma análise menos apaixonada e mais racional, principalmente sobre aqueles argumentos meramente emocionais tidos como irrefutáveis para a compra de um imóvel e que, na minha opinião, o autor desconstrói com ótimos argumentos. O texto termina com uma defesa da mesma liberdade que eu defendo, principalmente a liberdade de escolha.


Canal Matt D’Avella (https://www.youtube.com/user/blackboxfilmcompany)
Descobri por acaso esse canal super bacana e recentemente descobri que o Matt D’Avella dirigiu o documentário Minimalism citado acima. Esse ano ele está fazendo “experiências” passando um mês fazendo coisas que o tiram da zona de conforto como cortar o açúcar, meditar, tomar banho frio, etc, estou achando demais acompanhar esses vídeos, além de todos os outros, todos muito bem feitos.



Gustavo Cerbasi
Já escrevi aqui sobre a frase dele “Enriquecer é uma questão de escolha” que é uma máxima fundamental na minha vida. Ele escreveu diversos livros e tem um canal no youtube (aqui) que eu adoro, além de dicas sobre educação financeira, ele reflete bastante sobre o que faz sentido e o que queremos para nossas vidas, tudo de forma simples e ponderada.



Documentário The True Cost
Disponível na Netflix, trata da indústria da moda. A indústria de roupas é muito poluente, acho que esse documentário nos faz refletir sobre a quantidade de roupas que precisamos ter. Eu venho reduzindo paulatinamente a quantidade que possuo e acho que tenho até conseguido me vestir melhor e com certeza venho simplificando minhas escolhas. É muito menos tempo parada em frente ao guarda-roupa aberto pensando que não tenho o que vestir, porque cada vez mais, tenho apenas peças das quais realmente gosto.



Ted Talk “How many towels do you need?”
E enquanto eu procurava os links para esse texto, me deparei com esse Ted Talk, também pertinente e resolvi colocá-lo na lista, mais uma inspiração. Link aqui.



Uma reflexão final
Outra coisa que percebi com todas essas minhas reflexões dos últimos tempos, é que com frequência as pessoas compram coisas para “a pessoa que ela gostaria de ser”, não para a pessoa que ela efetivamente é. Explico. Compramos coisas para a versão idealizada de nós mesmos, esperando que, ao possuir determinado objeto, quase por mágica, seremos a pessoa que tem o hábito de utilizá-lo. Exemplos não faltam. Quero começar a fazer academia? Compro roupas de academia, depois acabo não criando o hábito de ir a academia e as roupas ficam encostadas. Quero começar a usar roupas de um determinado estilo porque acho bonito/chique? Compro roupas daquele estilo, depois percebo que ele não tem nada a ver comigo ou com o meu estilo de vida e os lugares que eu frequento e acabo usando sempre as mesmas peças antigas. Creio que todo mundo já fez isso em algum momento da vida. A solução, na minha opinião, é primeiro desenvolver o hábito, primeiro se transformar de fato na pessoa que queremos ser e somente depois, quando houver uma necessidade real, comprar o que for preciso.



Essas são minhas principais influências minimalistas e maravilhosas atualmente. Sempre procurando por novas. ;)


7 comentários:

  1. oi, Adriana!
    gosto muito das suas influências! só deixei de acompanhar um pouco o joshua e ryan, porque depois de assistir o documentário, fiquei com uma sensação de pouca profundidade. por exemplo, onde estavam as mulheres? podiam ter incluído a marie kondo, a bea johnson, a anne-marie. e não sei... acho que a realidade de largar tudo não é pra todo mundo, independência financeira ou não. simplesmente porque tem gente que não quer largar tudo, rs.

    e concordo muito com você! percebi isso em mim há algum tempo: comprava coisas para a minha versão melhorada, para a versão que eu queria ser. nenhum pouco realista. e outra: por que mesmo eu queria ser daquele jeito? influência, comparação com os outros... ai, ai.
    enfim, o minimalismo está aí para mostrar as coisas boas da vida :)

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    1. Olá Tainan, sim, entendo o que você quer dizer em relação ao Joshua e ao Ryan e realmente isso de largar tudo não é viável para a maioria das pessoas (imagina se todo mundo fosse viver de blog e youtube), mas ainda assim gosto da mensagem deles e principalmente da forma como eles descobriram o minimalismo e que eles relatam nos Ted Talk.
      Não conheço a Bea Johnson e a Anne-Marie, mas vou pesquisar. Joguei no google e já vi que a Bea está relacionada ao movimento zero waste.
      Acho que meio que temos duas linhas nesse "mundo" minimalista, a do focar no que é importante, no que tem significado e no que trás alegria e a do pensar ecologicamente, evitar o desperdício e reduzir o impacto ambiental.
      Obrigada por seu comentário.

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  2. Oi Adriana,

    Muito bom o Post. Em relação a primeiro adquirir o hábito, acho super válido e o caminho é esse mesmo. Mas tem um outro lado tb. Nem todo mundo é disciplinado. Eu gosto de correr, e tem semanas que bate aquela preguiça, ainda mais no frio. Mas é só comprar um tenis novo, ou então um novo boné e pronto, já vem aquela vontade de correr. O que quero dizer com isso. Que muitas vezes pra darmos esse primeiro passo, um bom equipamento pode ser esse empurrãozinho para iniciar uma nova etapa na vida.

    Um dúvida. Depois que vc começou a utilizar o minimalismo de forma mais consciente, em nenhum momento sentiu falta de algo que descartou?

    abs e obrigado por compartilhar suas reflexões

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  3. Olá Kspov! Li seu comentário e fiquei pensando um tempo antes de responder para tentar me lembrar se alguma coisa que eu tenha descartado fez falta... Não consegui lembrar de nada. Acho que a gente sempre acaba "se virando" com o que tem e achando uma boa maneira de substituir o que precisamos com algo que ainda temos. É meio como em uma viagem: não levamos conosco tudo que possuímos e conseguimos nos virar com o que temos na mala.
    No entanto, confesso que teve várias coisas que eu levei muito, muito tempo para conseguir desapegar. Acho que todo mundo que abraça esse processo de desapegar tem um "calcanhar de Aquiles". Levei anos para me desfazer de todos os materiais do tempo da faculdade. Era especialmente apagada aos meus resumos porque me faziam lembrar das noites de estudo e do meu esforço. Deixei ir porque conclui que era algo do passado. Agora estou em processo de tentar desapegar alguns polígrafos de inglês que gosto, que também me lembram uma fase boa e que eu usei muito, mas que eu tenho a versão digital. É um exercício constante esse.
    Acho importante a gente deixar ir essas coisas do passado porque é uma forma de aceitar que o passado passou e que não vai voltar, que virão outras experiências na vida, diferentes.
    Ah, o que também me ajuda nesse processo é algo que li no livro Menos é Mais: não devemos considerar a casa dos nossos pais ou a garagem deles como depósito para esse tipo de coisa como materiais de escola e faculdade. Na última mudança dos meus pais fiz eles carregarem toda essa tralha com eles e nunca utilizei de novo. Queremos tirar das nossas vistas, mas não queremos nos desfazer. Agora tento ter apenas o que posso e quero levar comigo.

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  4. Adriana,

    Vc gosta de viajar o mundo e acredito que fale mais de uma lingua. Gostaria de ver um Post seu falando sobre isso.

    No passado era muito utilizado no processo de aprendizagem os métodos tradicionais, aprender gramática para depois ir para o listening. Atualmente vemos novas metodologias bem mais interessantes.

    Se possível poderia falar a respeito desse assunto?

    obrigado

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    1. Kspov, na verdade eu falo um pouco de inglês, o suficiente para me virar em viagens, mas não me considero fluente.
      Aprendi inglês fazendo aulas diárias de uma hora (com períodos de férias que fazia 2 horas diárias) pelo método Callan. É um método britânico já um pouco antigo baseado inteiramente em perguntas e respostas que introduzem continuamente vocabulário novo. Achei um método muito eficiente, pois se fala apenas inglês durante a aula e elimina o que chamo de "enrolação" em que os alunos são incentivados a falar livremente, mas acabam não falando por acanhamento e outros motivos, em que as vezes os mais tímidos falam menos ainda. O objetivo desse método é automatizar a comunicação, nos fazendo pensar em inglês para responder automaticamente. É como fazemos na nossa língua nativa, não perdemos tempo construindo respostas mentais antes de falar, a comunicação é direta e rápida. Esse método é baseado também na repetição constante, tido como segredo para aprender um novo idioma (daí também a importância de aulas diárias). Algumas perguntas as vezes eram bastante desconcertantes e ficavam mais complexas a medida que se avançava e o ritmo da aula era muito ágil.
      Além disso, nesse método temos aulas com professores diferentes a cada dia em sistema de rodízio para acostumar os ouvidos com sotaques de diferentes lugares, diferentes ritmos,etc. O que eu também gostava bastante.
      Creio que é possível encontrar vídeos no youtube com demonstrações desse método, são bem interessantes.

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