Ghosting é um termo em inglês usado para se referir a términos de relações (não necessariamente sérias) sem explicação. É quando a pessoa some e “deixa o outro no vácuo”. Parece que é cada vez mais comum nesse mundo de relações efêmeras. Na internet há muitos textos com histórias e análises do que já é considerado uma moda. Moda feia essa.
Como diz uma banda chamada Vespas Mandarinas - que eu descobri há pouco tempo - em sua música “Distraídos Venceremos”, “a gente grita porque às vezes o silêncio é mais ensurdecedor”. Ah aquele silêncio que não tem explicação, que nos tortura, que não sabemos se será ou não eterno. Um silêncio sem resposta, que não nos deixa entender, que gera apenas dúvidas.
Pessoalmente já vivi isso algumas vezes. Tenho algumas dessas histórias que costumo brincar que eu nunca vou entender. Contei uma delas aqui. Dizem que a gente não pode insistir, que não adianta mostrar interesse, correr atrás. Concordo em partes apenas. Nesse mundo de pessoas desinteressadas, acho que vale a pena mostrar interesse, se abrir, tentar. Um mero “está tudo bem?” e “gostaria de conversar” ou qualquer coisa que represente o nosso grito para acabar com o silêncio ensurdecedor que me referi no parágrafo acima é uma abertura para que a outra parte tenha a chance de explicar seu afastamento caso queira. Caso o silêncio continue sendo a única resposta, nesse caso não há nada que se possa fazer. Quando nos importamos, inevitavelmente vai doer, mas também vai passar, como tudo na vida.
É tão fácil terminar uma história de uma forma bonita. Explicar seu afastamento, ainda que não haja uma explicação muito clara. Quem sabe um feedback ajude a outra pessoa a aprender e a ser uma versão melhor de si mesma ou gere uma reflexão.
E é tão fácil terminar uma história de uma forma feia como essa, com o ghosting. Às vezes é uma história que poderia ser uma lembrança bonita, ainda que tenha acabado, mas que quando termina dessa forma, com desinteresse, sem explicação, sem um fechamento claro, deixa apenas esse sabor amargo.
Comecei esse texto querendo falar do assunto, mas sem saber muito bem onde queria chegar. Não tenho pretensão de entender os casos de ghosting que vivenciei e muito menos de oferecer uma solução para essa prática. Tudo bem o vácuo quando é alguém que não conhecemos direito, que mal conversamos, que também não está nem aí. O problema mora quando é alguém que pretendemos ter na nossa vida, ainda que como amigo, como conhecido, como alguém com quem se viveu uma história, mas que simplesmente nos afasta sem explicação. Talvez escrever seja apenas uma forma de dizer que esse tal ghosting faz parte da vida, por mais difícil que seja entender.
Ainda acredito em viver histórias, em ser feliz com pessoas sinceras, em aprender com quem cruza o meu caminho. Meu receio é que a já citada banda Vespas Mandarinas esteja certa ao cantar em "Amor em tempos de cólera" que “Um amor que chega como um alarde amanhã se despede furtivo”.
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